terça-feira, 22 de junho de 2010

Sedento


O coração dele batia a 180 batimentos por segundo, ele se contorcia no chão da sua sala em um surto de loucura psicótica. Sua alma gelada berrava vontade própria, ele era pressionado de dentro pra fora. A dor ilusória aumentava fazendo-o gemer como se estivesse sendo queimado vivo, ele tentava se agarrar em algum cômodo, mas tudo que fazia era derrubar e destruir tudo. Tudo a sua volta lhe causava pânico, foi torturado pela sua mente, ele gritava desesperadamente por socorro, na realidade dos comuns não havia perigo algum porém na sua mente era apoacalíptico. Depois de quase uma hora em puro surto, sua mente já tendia a padecer, mas seu corpo também quase esgotado não conseguia obedecer aos controles. A dor que vinha do seu âmago parecia correr todos os seus órgãos, facelar sua carne, se contorcendo ainda de olhos fechados suas mãos conseguiram alcançar a faca em cima de um prato que antes lhe foi útil para saciar sua fome, agora tinha outro propósito, o de saciar sua vida. De joelhos num ato de paranóia ele furiosamente golpeia seu abdômem várias vezes cada vez mais fundo, tentando alcançar sua alma... Seu sangue escorre da faca por entre seus dedos e suas pernas, junto a ele suas forças, e num deleite de morte ele sorri. Derrepente acorda do surto paranóico e vê sua vida indo embora, e com um grito ele se arrepende por ser tão fraco, ele chora mas não se desespera pois vê que sua loucura finalmente conseguiu lhe vencer e nada podia fazer contra isso. Sem forças e quase sem vida ele desaba em sua própria poça de sangue. Tudo o que ele faz é susurrar desculpas ao vento...
Os sentidos se esvaem aos poucos até restar-lhe apenas a audição, caído em sangue no chão ele ouve o som da porta se abrindo e um grito fino e apavorante corta o som silencioso da morte. Tarde demais não há mais tempo para pedir perdão a pessoas vivas... sua vida finalmente ganha um ponto final

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