quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Face a face com meus pesadelos


Estou acorrentado, preso em mim. Conheço este lugar sombrio de épocas passadas, aqui já morri inúmeras vezes, mas essa pode ser a última.
Estou face a face com meus pesadelos e eles me encaram fixamente como se eu estivesse a mercê deles, como se fossem donos das minhas escolhas e minha liberdade pertencesse a eles.
Olham no fundo dos meus olhos e dizem que não sou nada, querem me torturar com meus medos, querem me fazer desistir da vida, me fazem ver ela desistir de mim, me fazem ver que todos foram embora. Grossas correntes me impedem de amar, correntes feitas com meus pensamentos ilusórios, com meus sonhos caídos e inalcançados.
Desgraçados parem, eles riem ao som dos meus gritos, dos meus choros, eu os suplico parem, parem, mas eles continuam rindo. Eles se deliciam com minha dor, mostram que tudo o que vivi era mentira, uma bela mentira pra se acreditar, eles bebem meu sangue na taça do meu pavor, eu quero sair daqui, preciso sair daqui, não estou aguentando e já não existe amor dentro de mim, a luz me abandonara pronunciando que perto de mim se extinguiria, não iria iluminar alguém que já estava morto.
Eles têm razão meus esforços de acordar e levantar todos os dias são em vão, minha vida é imprestável e não vale nada pra ninguém.
Meu mundo irá abaixo, eles planejam separar meu corpo da minha alma, não tenho de quem me despedir, não tenho quem se lamente pela minha perda. Aqui me despeço de todos que não amei e que não tiveram importância nessa breve existência, ninguém aparecerá pra me salvar, eu me rendo, não consigo suportar eles triunfaram... Em poucos segundos irei perder o sopro da vida dentro de mim e serei apenas uma carcaça vazia e sem propósito de existência.

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